PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO
DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Não está certo

31 de Agosto de 2016

Neste dia em que estou a escrever este modesto artigo, o tempo já está mais fresco, prova evidente de que estamos a caminhar para o Inverno.

Confesso que sou muito arquivista. Por isso tenho eu meu poder alguns documentos que para mim têm um certo valor estimativo. Entre eles são vários jornais, como o SÉCULO, DIÁRIOS DE NOTÍCIAS e outros, datados de 1962 e anos seguintes, tendo até a lista dos soldados e oficiais que foram prisioneiros em Goa, Damão e Diu, ou seja na India Portuguesa, assim como o eram todas as outras Províncias Ultramarinas. Como tenho tido vagar, vou lendo alguns dos exemplares e, tenho verificado que a leitura de então era muito diferente da actual. No entanto, antigamente também havia censura.

O certo é que nesses jornais lia-se PORTUGUÊS, o que não acontece agora. As notícias eram outras, claro está, podia-se ponderar no que lá se escrevia e havia clareza. Hoje há muito mais notícias, mas a maior parte são assaltos à mão armada, a ourivesarias, bancos, droga, carros roubados, violações sexuais a menores, netas, enteadas e até filhas. É uma vergonha. Não há actualmente nenhum respeito. Esta palavra não existe neste momento. Antigamente deixava-se uma chave na porta de casa, podia-se estar descansado que ninguém lá ia apoderar-se das existências. Andava-se de noite descansado por todo o lado e tudo circulava às mil maravilhas. Hoje e como aconteceu no ano passado até às vinhas, que tanto trabalho dão ao seu dono, foram roubar as uvas. E o dono que as tratou, ficou sem elas. Isto é pura verdade.

Antigamente não existia nada disto. E dizem que estamos em liberdade, mas será por causa desta palavra existir é que estas coisas acontecem? E, muito mais coisas que não interessa mencionar, porque convém a muitos desta seita.

Pelo que leio nos jornais de antigamente e que tenho em meu poder, era um descanso. Nem as dívidas que Portugal tivesse para com o estrangeiro se falavam. Não as havia, tínhamos as contas em dia. Os jornais actuais só falam que cada cidadão nacional (Português) é devedor de uns milhares de euros.

Eu, que sou um cidadão nacional, confesso que não devo nada, seja a quem for, pelo menos que eu me lembre. Comparando os jornais antigos nas notícias em relação às actuais, nota-se neles o respeito daquele tempo. Hoje pelo que leio, está provado que o respeitinho acabou e que era tão lindo. Actualmente só me resta uma consolação. Os actuais jornais têm escrito alguns dos desvios de dinheiro que os senhores, bem vestidos e bem engravatados vão fazendo por este País fora, uma vez que para eles a palavra VERGONHA não existe, nem para a cadeia vão, se fosse um cavador de terra ou que ande com uma junta de bois a lavrar terra ia logo directo para a grade de ferro. Assim há muita maneira de matar moscas. Não imagino para que querem tanto dinheiro, resultante dos desvios. Eu tenho bem menos e vivo sem passar fome.

Antigamente não havia destas notícias.

Para terminar, pois isto já vai longo, havendo ainda muito mais para dizer parece-me bem que não ESTÁ CERTO.