Cartazes, estrategicamente colocados, lembram-nos que, no próximo dia 26 de setembro, realizar-se-ão Eleições para os Órgãos Autárquicos.

Estas eleições são as mais democráticas de todas as eleições pela participação de milhares de candidatos que, filiados em partidos ou não, procuram, pelo menos prometem, fazer o melhor nos seus concelhos ou freguesias. A todos eles “tiro o chapéu”.

Apesar de reconhecer a importância dos partidos, no aspeto organizacional e funcional, os espartilhos dos denominados aparelhos partidários, onde a liberdade de pensamento é, muitas vezes, sufocada, causa-me alguns calafrios. Talvez venha daí o aparecimento de tantos movimentos de independentes. É mau? Não. É apenas a democracia e a liberdade a funcionarem.

Vou terminar este artigo com umas quadras de Agostinho da Silva que é apontado como um dos grandes pensadores portugueses e, acima de tudo, um amante da liberdade.

Para ele, a liberdade é fulcral para uma ativa e pertinente atividade social mas, para que ela vingasse e se consolidasse, teríamos de assumir uma conduta de renúncia, sem quaisquer constrangimentos, posses e ligações a entes do mundo. Muito difícil, não é?

“fulano que bem conheço
é pior do que lacrau
mas talvez se eu for melhor
se torne ele menos mau.

Não corro como corria
nem salto como saltava
mas vejo mais do que via
e sonho mais que sonhava.

Felizmente vou passando
a vida com alegria
não me dá sede o currículo
nem fome a filosofia”