PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO
DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Não está certo

31 de Março de 2018

Chegou há tempos às minhas mãos um panfleto que, segundo consta escrito por um senhor, por quem ainda tenho uma certa estima e que já cumprimentei com um bom aperto de mão e em quem inspiro confiança, por sinal ainda no rol dos vivos, e que diz o seguinte: “Desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil. O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm morrido por causa da obediência. O nosso problema é que as pessoas são obedientes por todo o mundo face à pobreza, fome, estupidez, guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o País. É esse o nosso problema”.

Em comentário meu, estas frases são verdadeiras. Um pobre de Cristo que rouba uma maçã para matar a fome, decerto que vai parar à cadeia. Mas vamos para a frente e de cabeça levantada.

Há muita gente neste País que por terem uns cobres na carteira, se julgam mais que ninguém. A estes chamo os vaidosos, os pombos de papo grande. Mas não são. Quem sabe o que vai lá por dentro. Em certo tempo um escritor de nome Fernando Vallejo escreveu um dia que “a fama é uma estátua suja pelos dejectos dos pombos”. A agravante é que em Portugal são os pombos que são famosos. Pelo menos pelas repetidas asneiras que vão fazendo a certos níveis. É por isso que por estas e outras que, em relação à nossa classe política me vem à memória a dúvida expressa pelo escritor norte-americano Mark Twain: “Por vezes pergunto-me se o mundo será governado por pessoas inteligentes que estão a gozar connosco ou por imbecis que acreditam realmente no que fazem”.

E, ainda ocorre-me à memória aquilo que por várias vezes ouço dizer na televisão por certos políticos que não nomeio e que querem convencer o Zé Povinho de que tudo corre sobre esferas redondas. Mas estou convencido que analisando bem, nem tudo o que luz é ouro. E, ainda vou citar. Será que os turistas que nos visitam por gostar da nossa saloice? Já no século XIX o grande poeta inglês LORD BYRON escreveu maravilhas acerca de Mafra e Sintra, mas ao mesmo tempo não se coibiu de referir a miséria franciscana e a rudez saloia em que vivia o nosso povo. “Mas isso foi há duzentos anos”, hoje não há desculpa nenhuma para que as coisas continuem assim. Mas saloios são uns altos senhores e não os contribuintes que pagam impostos, para não terem aquilo para que pagam e que devem ter.

Agora mudando de assunto. Sabem caros leitores que neste mês de Março ocorreu há muitos anos o seguinte: No dia 4 de Março de 1394 nasceu o Infante Dom Henrique. O navegador, o homem do mar. No dia 6 de Março de 1475 nasceu o grande pintor Miguel Ângelo. E, no dia 30 de Março de 1922 os grandes aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram a primeira travessia da área do Atlântico Sul. Eu signatário deste artigo tive o prazer de conversar com uma senhora do nosso concelho de Alvaiázere, já falecida, acerca da maneira como eles chegaram e foram recebidos no Brasil.

Após a leitura deste artigo e com muita modéstia me despeço, mas a continuar como até agora, parece-me que NÃO ESTÁ CERTO.