Editorial

Estamos numa época que corre veloz para o abismo que exige negociações sérias de atuação rápida e eficaz, numa urgência inescapável, face às emergências ambientais, que se não forem atendidas colocam a espécie humana em risco. Urge uma motivação universal para a salvaguarda dos ecossistemas naturais, numa simultaneidade dialogante com vista à salvação da humanidade pela conservação e uso sustentável dos recursos naturais à escala mundial, dada a escassez destes e a ineficiência da sua utilização, assim como a produção excessiva de resíduos e poluição, com efeitos desastrosos nas terríveis alterações climáticas. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres focou, há já algum tempo, a questão destas alterações, como, “a questão mais premente dos nossos tempos. Poder-se-á mesmo dizer que vivemos num momento decisivo para a espécie humana. Desde a mudança dos padrões climáticos, que ameaçam a produção de alimentos, até à subida das águas do mar, que aumentam o risco de inundações catastróficas, os impactos das alterações climáticas têm uma escala sem precedentes. Sem uma ação drástica e urgente, será cada vez mais difícil para o ser humano adaptar-se aos efeitos devastadores do aquecimento global”.

E neste contexto, devemos realçar a atuação de mais de 220 revistas científicas e médicas espalhadas pelo mundo que fizeram um editorial comum apelando aos dirigentes de todas as nações para atuarem de forma célere na modificação das sociedades com vista a reduzir o aumento da temperatura e atenuar uma crise climática sem precedentes. Salientaram ainda a necessidade de atuar de imediato, pois embora a pandemia da covid-19 esteja a abarcar todas as atenções e recursos, não podemos descorar este problema que pode ser a pior ameaça a nível de saúde, no futuro próximo, conforme declaração divulgada pelo organismo que coordenou a publicação conjunta do editorial, “A ação urgente sobre o clima e a crise natural não pode esperar pela pandemia”, E o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) acrescenta “ A pandemia de covid-19 vai acabar, mas não há vacina para as alterações climáticas”. Assim, é o momento crucial de atuação internacional com uma urgência inescapável.

A ação desse editorial teve reflexos no Conselho Europeu que suplicou uma resposta mundial ambiciosa face às alterações climáticas, numa antecipação à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, também conhecida como COP26, pois é a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre esta temática (COP26), que irá decorrer entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, Escócia, Reino Unido.