Editorial

E como diz o ditado, “janeiro fora mais uma hora” e realmente já se notam os dias maiores, principalmente no final da tarde. Mais tempo de luz animam as nossas vidas e suavizam este tempo frio, permitindo encarar novos desafios com mais força e coragem. Mais luz possibilita mais tempo ao ar livre e interagir com a natureza, fazer exercício físico, contribuindo para um corpo e mente sã. Conseguir este estado de alma e corpo é intemporal e envolve todas as idades, mas nas crianças e adolescentes exige uma atenção especial por parte dos adultos que tem a obrigação de garantir-lhes esse desenvolvimento saudável.

Neste sentido é muito difícil saber o limite saudável do trabalho artístico e em televisão desenvolvido por crianças, e das suas futuras consequências, o que tem sido muito discutido e vem isto a propósito na edição do jornal deste mês dar a conhecer uma criança envolvida no mundo artístico.

Muitos acham que assumirem compromissos e principalmente terem responsabilidades numa idade tenra é prejudicial ao seu desenvolvimento, ou seja não devem ter a preocupação de um trabalho, na medida em que estão a crescer, a apreender o mundo e precisam de ter tempo para brincar e serem crianças.

No entanto neste caso, constatámos que a criança vai à escola tem um bom desempenho, as atividades no mundo artístico, considera-as como lúdicas, restando-lhe ainda tempo para o lazer pessoal. Assim vai crescendo saudável, aprendendo a ser uma futura cidadã responsável e gerindo bem o tempo, consegue ter horas para brincar, ser criança e ser feliz.

Nestas situações, de trabalho artístico, existe geralmente um grande supervisionamento sobre as condições de trabalho e se estas são apropriadas e de acordo com a idade da criança.

Este é um aspeto que as crianças fora deste mundo artístico não contam na sua proteção e nos dias de hoje, a realidade que as envolve não é muito diferente da vida das pequenas “estrelas”, pois afinal na sua maioria estas crianças além da escola têm uma carga excessiva de atividades extracurriculares, ficando sem tempo para brincar e ser criança.

E consideradas crianças com uma rotina normal, não aprendem a gerir o tempo para o lazer, tão importante para desenvolver a criatividade e a sua formação integral.

Penso que o principal problema para as crianças em trabalho artístico é chegar o momento de este deixar de existir e se para os adultos é difícil de ultrapassar para uma criança ou adolescente será muito mais complicado. Daí a grande importância de uma educação mais inclusiva e fortalecida no amor, que as prepare para encarar novos desafios com determinação.

E para todos desejo que aproveitem o melhor possível a maior luz a partir de janeiro…