PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO
DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Concordâncias e Discordâncias

31 de Maio de 2019

Mais um artigo sobre “para onde vais Alvaiázere, de onde vens ou para onde te levam”. Parece repetição mas não é. É continuação face ao pouco espaço de que dispomos para dar a nossa opinião. E a nossa opinião sobre o rumo que têm dado, e pelos vistos continuarão a dar a esta terra onde nascemos e que amamos, não é de maneira nenhuma agradável nem meritória. Vemo-la, de dia para dia, a perder toda a sua dignidade, toda a sua identidade, isto através ou com a condescendência de quem se deveria preocupar com a sua modernização sem acabar com a sua história, a sua cultura, as suas características, o seu património, pobre talvez, mas digno e que tem mantido desde o berço da nossa história como Portugal país. Porque é desde essa época que a nossa terra existe. Ou até antes, se atendermos a que o próprio nome é de origem árabe.

Mas deixemos a história para os historiadores e vamos aos estragos que Alvaiázere tem tido nos últimos tempos e que pelos vistos será para continuar. Não temos uma praça para os alvaiazerenses se reunirem e conviverem? Então para que serve o espaço do Multiusos? Para que serve o jardim na parte norte da vila, que até tem um pequeno anfiteatro? Para que serve a Praça do Município? E já agora uma pergunta que nos salta logo à memória. Onde estão os habitantes de Alvaiázere que justifiquem o gasto de centenas de milhar de euros numa outra praça, ou melhor talvez, num espaço vazio que querem abrir no centro da vila, dando mais uma machadada no seu centro histórico e na rua que sempre foi o seu espelho, onde se encontravam, e ainda se encontram, alguns quase em ruínas, os seus prédios e casas mais características? Ou a construção da praça tem por fim outras razões que por enquanto a razão desconhece ou faz por desconhecer? Teremos aqui novo elefante branco como a compra da casa apalaçada da família Ribeiro Ferreira e que agora está quase em ruínas? É que custou bastante mais de trezentos mil euros ao erário público e agora está à venda por cento e quarenta mil e ninguém lhe pega. Porque não tentam preservar sim, as casas alvaiazerenses com as suas cantarias antigas em pedra, as suas varandas, as suas janelas guilhotina?

Mas são os autarcas que temos e que talvez grande parte dos alvaiazerenses merece. Foi-se também o tribunal, foram-se os serviços da segurança social, foram-se os correios e o que mais se seguirá… E o que têm feito os nossos autarcas? Deixa andar, deixa ir, não nos deem preocupações nem responsabilidades. Deixem-nos aproveitar e quando há umas receitas extras, deixem-nos nomear vereadores e presidentes de junta a tempo inteiro. E o dinheiro que deveria ser para estruturas que beneficiassem os utentes, gasta-se em vencimentos. Será que um concelho com 8 mil habitantes precisa de um presidente da Câmara e dois vereadores a tempo inteiro? Será que uma junta de freguesia com pouco mais de mil habitantes precisa de um funcionário e um presidente a tempo inteiro? Os alvaiazerenses que pensem…