“É um momento ímpar na carreira de um militar, um momento indescritível”. Foi desta forma que o alvaiazerense Eduardo Mendes, Comandante do Esquadrão Presidencial da Guarda Nacional Republicana (GNR), descreveu a condecoração com o Grau de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique, que ocorreu no dia 10 do passado mês de março.

“Foi a primeira vez que esta condecoração foi atribuída a um militar da guarda”, confidenciou Eduardo Mendes ao “Alvaiazerense”, acrescentando: “esta condecoração, ao contrário de outras que já tenho, não é pelo que sou nem pelo que faço, mas sim pelo que tenho, a responsabilidade de comandar 90 militares, cuja dignidade da missão é reconhecida internacionalmente pelos Chefes de Estado que nos visitam”.

Nascido em Coimbra no ano de 1982, Eduardo Mendes é natural do lugar do Barqueiro, freguesia de Alvaiázere, tendo frequentado a antiga Escola Primária do Barqueiro, e mais tarde a Escola Dr. Manuel Ribeiro Ferreira, onde concluiu o Ensino Secundário. Quando questionado se sempre quis seguir a carreira militar, o Capitão afirmou: “quando concluí o 12º ano, estava na dúvida entre Engenharia e Educação Física. Como a Academia Militar tinha cursos de Engenharia, e aliava também a componente física, entrei na Academia com o objetivo de seguir a área de Engenharia. Porém, após a recruta, acabei por entrar no curso de armas da GNR”.

Depois de ter feito um estágio por todo o país, Eduardo Mendes ingressou na carreira de alferes, e em 2009 foi nomeado oficial de ligação a Timor-Leste. Quando regressou, concluiu o curso de capitão e mais tarde foi nomeado Ajudante de Campo do Comandante-Geral da GNR, cargo que exerceu durante três anos e meio.

Desde 2014 que Eduardo Mendes desempenha funções como Comandante do Esquadrão Presidencial do Palácio de Belém, que atua em cinco áreas fundamentais: garantir a segurança da residência oficial do Presidente da República, prestar honras de Estado, fazer as escoltas de segurança de valores ao Presidente da República, prestar serviço de estafetas de documentos oficiais e correspondência e ainda o render solene da Guarda.

Com apenas 33 anos, Eduardo Mendes tem ainda uma longa carreira pela frente, e revelou quais os seus planos a nível profissional: “para além de fazer os cursos de promoção que integram a nossa carreira, gostava de desempenhar outro tipo de funções, nomeadamente funções de Estado-maior, funções de assessoria, ir para as funções públicas da Guarda Nacional Republicana, na área do protocolo, que são funções que requerem outro posto e outros conhecimentos”.

Ainda que, pelo exercício das suas funções, não possa visitar a terra natal com mais regularidade, Eduardo Mendes afirma que não esquece as suas raízes e que “já explicou a muita gente onde fica Alvaiázere no mapa”.